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Como a atenção plena te ensina a estar presente aqui e agora
Incorpore técnicas muito simples no seu dia a dia e torne seu o cotidiano menos estressante e mais produtivo.
Um dos maiores desafios que a pós-modernidade trouxe consigo e que é imposto ao ser humano desta época é aprender a gerenciar a vida. Geralmente, as pessoas trabalham em ritmo frenético, se relacionam de maneira errada, se alimentam de forma inadequada e investem muito pouco ou quase nada em conhecimento – de si, do outro e do todo.
Para corrigir esse caminho é preciso estar presente e ter total consciência do que acontece em você e ao redor de você neste exato momento. Esta é uma das propostas do Mindfulness, do inglês: atenção plena.
De acordo com o médico paulistano Marcelo Demarzo, PhD em Mindfulness e Promoção da Saúde, Mindfulness é um estado mental diferente do que as pessoas estão habitualmente acostumadas.
“Geralmente estamos desatentos. Em mais ou menos 50% do tempo estamos fazendo uma coisa e pensando em outra. Ou então, estamos hiper-reativos, reagindo no ‘piloto automático’. O estado mental de Mindfulness seria uma contraposição a estas duas coisas. É treinar estar presente em tudo o que se estiver fazendo, com uma atitude de curiosidade e aceitação, com um olhar de principiante”, explica.
A partir desse estado mental, segundo o especialista, é possível que o praticante fique mais consciente de como funciona, do ponto de vista de pensamentos, emoções, impulsos e também nas relações, seja no ambiente de trabalho ou na família.
“Para estar mais consciente e desenvolver esse estado mental de atenção plena existem técnicas e exercícios de Mindfulness, que em geral são derivadas da meditação e aprendidas em cursos ou treinamentos”, relata.
Origem do Mindfulness
A ideia de Mindfulness existe há milênios e é oriunda do budismo. Também estava presente na Grécia antiga, em algumas tradições indígenas e em alguns preceitos do cristianismo, embora ainda não como um conceito.
Já os cursos ou treinamentos laicos, com base científica, acadêmica e clínica surgiram no final da década de 70 nos Estados Unidos, se espalhando posteriormente pela Europa e mais recentemente pela América Latina.
O responsável pela divulgação do termo Mindfulness no ocidente, dentro de um contexto científico, foi Jon Kabat-Zinn.
Em 1979 na Universidade de Massachusetts, ele começou a realizar pesquisas científicas sobre o assunto e em 1982 criou o programa de redução de estresse. A partir de então, a meditação Mindfulness começou a estar cada vez mais presente na medicina comportamental.
Existem evidências científicas positivas sobre o uso de Mindfulness. Alguns estudos mostram a diminuição de sintomas físicos e psicológicos, aumento da habilidade de relaxamento, redução dos níveis de dor e melhor habilidade em lidar com ela, mais energia e entusiasmo para a vida, aumento da autoestima e maior habilidade de lidar com situações estressantes.
Mindfulness e a Ciência
Pessoas que participaram do treinamento tendem a experimentar mudanças positivas na qualidade de vida e são menos propensas a desenvolverem depressão.
Em uma pesquisa específica sobre o uso de Mindfulness, realizada pelo National Institute for Health and Clinical Excellence observou-se a redução de novas recaídas em 44% no prazo de 12 meses, em pacientes com três ou mais episódios de depressão.
Quando comparado com tratamentos convencionais mostrou-se tão eficaz quanto o uso de antidepressivos na prevenção de recidivas e recaídas.
Resultados similares têm demonstrado uma redução entre 37% e 66% nas recaídas de depressão durante 60 semanas para pessoas com histórico de três ou mais reincidências.
Por causa disso, o Instituto Nacional de Saúde e Excelência Clínica (National Institute for Health and Clinical Excellence) recomenda o programa de Mindfulness baseado em Terapia Cognitiva (MBCT) como o que tem a melhor relação custo/benefício no tratamento de recaídas de depressão.
Demarzo, que também é fundador e coordenador do Mente Aberta – Centro Brasileiro de Mindfulness e Promoção da Saúde, afirma que qualquer pessoa pode ser praticante da técnica, observando alguns cuidados.
“Não é recomendado, por exemplo, que a pessoa esteja em um quadro depressivo, sem tratamento e inicie o treinamento. Mas no geral, qualquer pessoa pode fazer e as recomendações são muito parecidas com as que se dá para a atividade física: que seja regular, que se inicie com pouco tempo, cinco ou 10 minutos por dia, passando para 15 ou 20 minutos e o ideal seria chegar aos 40 ou 50 minutos diários”, aconselha.
Um dos maiores benefícios decorrentes da prática de Mindfulness, segundo Demarzo é aprender a lidar com o estresse no dia a dia.
“Mindfulness ajuda a nos relacionarmos melhor com as coisas que causam estresse. Não necessariamente mudá-las, mas responder melhor a elas. Também melhora a qualidade de vida, ajuda na regulação doenças crônicas”, cita.
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Por Fabiana Siqueira Schmidt